Participo de um grupo de discussões sobre processo eletrônico e sobre as novas tecnologias: O GEDEL (grupo de estudos de Direito Eletrônico da escola judicial do TRT3). Recebo diariamente um número expressivo de notícias e opniões sobre esta temática...mas hoje um e-mail me fez refletir muito, veja a notícia:
Escola pode vigiar alunos por computador (assita a notícia abaixo , se preferir)
Uma escola pública, no estado americano da Pensilvânia, está provocando muita discussão sobre a questão da privacidade dos estudantes. A escola distribuiu um computador portátil para cada aluno, que ainda podia levar o equipamento para casa, para ajudar nos estudos. Mas a iniciativa pôs a escola pública da Filadélfia no centro de uma questão judicial. Tudo começou com um comentário de um assistente do diretor. Ele criticou o comportamento inadequado de um dos alunos e disse ao adolescente que ele deveria se comportar melhor em casa. Surgiu então a suspeita de que uma câmera, embutida no laptop, estaria sendo controlada à distância e que os estudantes poderiam estar sendo vigiados pela direção da escola. Os pais do menor estão processando o colégio, alegando invasão de privacidade. Muitos alunos afirmam que já desconfiavam de espionagem. Um jovem disse que via a luz da câmera se acender e que tinha a certeza de que estava sendo observado.
A aluna reagiu: "Isso me enlouquece! E se eu estiver em casa me trocando para dormir com o computador aberto, quer dizer que eles podem estar tirando uma foto minha para dizer que estou fazendo algo ilegal?".
Muitos adolescentes taparam a câmera com fita adesiva. Uma mãe, indignada, disse que é o mesmo que espionar o vestiário ou em um trocador de uma loja.
A direção do colégio admitiu que a câmera pode mesmo ser acionada por controle remoto. Mas alegou que o recurso só foi ativado para ser usado apenas na localização de computadores perdidos e informou que vai rever o uso deste dispositivo de segurança.
Caberá, agora, à Justiça determinar se houve se houve ou não invasão de privacidade. Ao todo 2,3 mil computadores foram emprestados aos alunos.
Fonte: Globo.com - publicação dia 19/02/2010
Eu estudo o tema da invasão de privacidade no local de trabalho e fico indignada com tantos absurdos...
O pior disso tudo é que sempre surge um novo meio de espionar as nossas vidas.
E será que o meu notebook com câmera embutida também pode me espionar?
Não sei quanto a vocês, mas eu estou me tornando um pouco neurótica: Esta semana sai da sala de minha casa e atravessei o condomínio, pois imaginei que haviam instalado uma câmera direcionada para meu apartamento. .. Era apenas um novo sistema de sensores de luz (será?).
Não preciso esconder nada do que faço em minha casa, mas eu tenho direito a este momento de privacidade, ou não???
Vocês lembram dos empregados controlados pelos celulares?
Câmeras nas ruas?
Nos locais de trabalho?
Sensores de calor para verificar se você se ausentou das proximidades de seu computador?
Vivemos um momento complexo, ao mesmo tempo em que ficamos indignados com a invasão da nossa privacidade, também entendemos que ela pode ser a salvação: um rastreador veicular pode salvar a minha vida e uma câmera na sala de casa pode tranqüilizar os pais sobre a forma que seus filhos estão sendo tratados pela babá.
E neste contexto se trava a luta entre o certo e o errado... E eles mudam de lado conforme nossos interesses.. .
Talvez se os alunos soubessem do controle não existisse o dano (conforme algumas correntes existentes), mas a invasão de privacidade persiste...
E fico aqui, travando esta batalha diária entre o certo e o errado... entre o bem e o mal...
abraços
Dárlen
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